Um pouco da história da Medicina Intensiva de Santa Catarina
A primeira Unidade de Terapia Intensiva do Estado de Santa Catarina surgiu em 1968, no Hospital Governador Celso Ramos. Nela trabalhavam os anestesiologistas do Hospital. Em 1979 foi realizado o primeiro concurso público para médicos intensivistas que iriam conduzir o tratamento dos pacientes na UTI do HGCR. A partir dessa data, a UTI começou a se estruturar como serviço e passaram a existir médicos que conduziam o tratamento horizontal dos pacientes no setor.
Surgiram então os primeiros intensivistas do Estado, médicos desbravadores que visualizaram a necessidade da Medicina Intensiva se formalizar como especialidade. Dessa necessidade surgiu a vontade da promoção da união da classe e, em 1982, foi criada a Sociedade Catarinense de Terapia Intensiva (SOCATI), que pertencia ao Departamento de Terapia Intensiva da Associação Catarinense de Medicina. Felipe Simão foi o primeiro presidente interino da Sociedade e Valter Araújo primeiro presidente eleito. Os presidentes que se seguiram foram: Carlos Alberto Medeiros, José Roberto de Carvalho Diener e Luiz Paulo de Queiroz.
Sempre valorizando a formação e a atualização profissional, em 1984 foi realizada, sob a presidência de Emílio Pizzichini, na cidade de Florianópolis, a Ia. Jornada Sul Brasileira de Terapia Intensiva. Posteriormente foram realizados, também na cidade de Florianópolis, dois outros encontros Sul Brasileiros da Terapia Intensiva.
Infelizmente, os intensivistas têm se mostrado pouco persistentes na especialidade e o grupo dos primeiros especialistas, que iniciou a luta pela aceitação da Medicina Intensiva tanto na área médica quanto no meio leigo, abandonou a especialidade. Daquela época o único profissional que continua trabalhando no setor é o colega José Roberto de Carvalho Diener. Entretanto, não podemos esquecer que esses foram os desbravadores da especialidade no nosso Estado.
Pessoalmente posso falar que a minha história com a UTI iniciou-se em 1983, durante a residência de Clínica Médica. Nessa época, ouso dizer que, me apaixonei pela UTI, pelo atendimento ao paciente grave, pelas especificidades desse tratamento, pela grande variedade de síndromes e doenças tratadas no setor, pela necessária destreza de procedimentos, pela colaboração imediata e eficiente dos funcionários da enfermagem, pela substituição do plantão que me deixava tranqüila quando estava fora do hospital. Decidi então ser intensivista.
Em 1989 iniciei a minha vida associativa como secretária do Departamento de Terapia Intensiva/ACM (SOCATI). Em 1991, fui eleita presidente da SOCATI. Nessa época a nossa entidade necessitava de uma reorganização. Em 1992 foi realizado em Florianópolis o Primeiro Encontro Catarinense de Anestesia e Terapia Intensiva juntamente com a III Jornada Catarinense de Terapia Intensiva Pediátrica. Esse evento foi um sucesso e nos motivou a oficializar a fundação da SOCATI.
A partir de 1992 a Medicina Intensiva tornou-se melhor estruturada havendo uma maior preocupação com a formação do intensivista. Foram instaladas as residências médicas em Terapia Intensiva do adulto no Hospital Universitário e em Terapia Intensiva Pediátrica no Hospital Infantil Joana de Gusmão. Seguiram-se a esses cursos as Residências do Hospital Governador Celso Ramos (Florianópolis) e do Hospital Municipal São José (Joinville). Atualmente existem mais dois programas de Residência Médica em Medicina Intensiva nas cidades de Blumenau e de Joinville.
No dia 8 de junho de 1993, foi lavrada a ata de fundação da SOCATI. Estavam presentes os médicos: Célia Maria Carneiro Jorge, Eliezer Silva, Harry Correa Filho, José Roberto de Carvalho Diener, Mara Eda Kowalski, Nilsete Bresolin, Rachel Duarte Moritz e a enfermeira Sayonara de Fátima Barbosa. Foi decidida a permanência de Rachel Duarte Moritz como Presidente da Sociedade e a formação dos Departamentos de Pediatria e de Enfermagem sob coordenação, respectivamente, de Nilsete Bresolin e de Sayonara Barbosa. Em 1994 foi criado o Departamento de Fisioterapia sendo designado como coordenador o fisioterapêuta Alceu Furtado. Esses departamentos passaram a existir em concordância com a filosofia da Diretoria que sempre acreditou na importância do estímulo ao trabalho interdisciplinar. Os presidentes que se seguiram após a fundação oficial da SOCATI foram Rachel Duarte Moritz (91/95), Fernando Osni Machado (96/99), Jorge Dias de Mattos (2000/2001), Milton Caldeira Filho (2002/2004) e Roque Marcio Gonçalves Angerami (2004/2008).
Nos anos de 1994 e 1995 foram realizadas pela SOCATI, reuniões científicas mensais onde foram abordados temas relevantes à especialidade e para as quais foram convidados palestrantes de relevância nacional. Também nesses anos foram realizados, em Florianópolis, os Encontros Científicos de Ventilação Mecânica e de Traumatismo Craneo Encefálico.
Em 1996 foi eleito como presidente da SOCATI o Dr. Fernando Osni Machado e como vice-presidente a Dra. Sonia Miranda (representante da Terapia Intensiva Pediátrica). Nesse ano foi realizada a V Jornada Sul Brasileira de Terapia Intensiva, na cidade de Florianópolis.
No ano de 1997, além dos encontros científicos mensais, foram realizados o Simpósio de Monitoração Hemodinâmica e Perfusão Tecidual, o I Simpósio Internacional de Terapia Nutricional no Paciente Grave (em Florianópolis), o I Encontro de Terapia Intensiva do Planalto Catarinense (em Lages) e o II Encontro Catarinense de Anestesia e Terapia Intensiva no Adulto e na Criança (em Joinville).
No ano de 1998 ocorreu o Encontro sobre a Avaliação e o Manejo do Paciente Séptico e a palestra sobre o Papel do Óxido Nítrico na Medicina Intensiva.
No ano de 1999 foram realizadas a I Jornada de Medicina Intensiva do Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux, em Brusque e o III Encontro Catarinense de Terapia Intensiva no adulto e na criança, em Florianópolis.
Nos anos de 2000 e 2001 foi dada ênfase ao curso de FCCS ministrado na cidade de Blumenau e do TNT que realizado em Florianópolis. Neste período, além da preocupação do incentivo à área científica a diretoria da SOCATI participou de reuniões de defesa de classe, principalmente junto a UNIMED. No mês de novembro de 2001 foi realizado o IV Encontro Catarinense de Terapia Intensiva no adulto e na criança.